sexta-feira, 2 de abril de 2010

Setor Aeroporto, Dr. Paulo Teles e Câmara de Vereadores de Goiânia

*Publicado no jornal Diário da Manhã, em 01.04.10


Quando participei da fundação da Associação de Moradores do Setor Aeroporto – AMSA, em 27 de março de 2001, pretendia, com o grupo, desenvolver um trabalho sócio-ambiental no bairro e com as comunidades adjacentes, principalmente as das margens do Córrego Capim Puba.
Em nossa diretoria constavam, além de mim, advogados, comerciantes, aposentados, outra assistente social, professores, economista, donas de casa, enfim, gente séria e disposta ao enfrentamento de diversas questões que incomodavam e incomodam o Setor Aeroporto.
Durante a primeira gestão, da qual fiz parte como primeira secretária, foi possível desenvolvermos algumas reuniões e atividades com o grupo diretor e a comunidade. Ao final do mandato, já com bastante controvérsia diante do andamento da mesma, assumi a direção e realizamos em 2004, junto ao CCAB, de acordo com o Estatuto, a primeira eleição da AMSA, que se realizou mediante protestos devido à construção do viaduto da Av. República do Líbano.
A chapa vencedora, que se posicionou e organizou pequenas manifestações contra o referido viaduto, logo começou a se desmantelar e nunca exerceu de fato, uma gestão coletiva, consistente.
Após seis anos, nada há de registro sobre a Amsa, no 2º Tabelionato de Protestos e Registros de Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos. Na última vez que li o Livro de Atas da Amsa, há cerca de três anos, apenas constava minha letra.
Sei que existem, em nome da Amsa, desde a primeira gestão, débitos altos, de autoria cível e junto ao Estado, o que não entendo. Mas não pretendo aqui, expor as várias mazelas que circundam a Amsa, desde sua fundação.
Confesso estar descrente dos poderes, pois já enviei e-mail ao TJ-GO via site, solicitando medidas cabíveis, após crer em palavras vãs de vereador que não teve responsabilidade com o meu trabalho, nem com o bairro e as pessoas que também acreditaram nele, quando da organização e efetivação de uma fatídica feirinha aqui no bairro.
Porém, diante do aniversário da Amsa, aqui exponho novamente meu sincero desejo de que esta possa vir a desenvolver de fato um trabalho relevante, que altere positivamente a realidade da região e quiçá, da cidade.
Tive, em 2007, o apoio moral do saudoso amigo, Dr. Isaac Benchimol, que me disse após tentar encaminhar a questão no MP, que a promotoria que cuidava das associações de moradores, já não cuidava mais.
Peço então, humildemente, em nome de nossa comunidade, à Câmara de Vereadores, que aprovou requerimento para a realização de sessões plenárias em bairros de Goiânia, e ao Excelentíssimo Senhor Dr. Paulo Teles, do TJ-GO, que tem manifestado proximidade com o movimento comunitário, mediação neste assunto.
Que este processo (Câmara Itinerante) se inicie na Praça do Avião, convidando para a primeira plenária, cidadãos e cidadãs dos bairros dos arredores da Câmara: Setor Central, Norte Ferroviário, Setor dos Funcionários e Setor Aeroporto.
É preciso que o poder público aja com equidade, diante dos problemas da cidade. As ações públicas na periferia são imprescindíveis, mas não se pode fechar os olhos para o que temos vivido, no Centro.