*Publicado em Opinião Pública, do Jornal Diário da Manhã em 10/06/11, com o título "Governo pode estreitar laços com os carentes de Goiás"
No trabalho social desenvolvido em Anápolis a partir da FNS em 2008/2009, estivemos com o Ministério de Desenvolvimento Sustentável – MDS, em busca do Programa de Agricultura Urbana e tivemos dificuldades, devido o fato de que Campo Limpo de Goiás e Anápolis não fazem parte de nenhuma região metropolitana e nem da RIDE, critérios para adesão a este Programa do MDS.
Identificamos vários programas do Governo Federal que poderiam ser parceiros, para trabalho principalmente voltado para a questão do desemprego, da exploração sexual infanto-juvenil e do alcoolismo, problemas sociais graves e constantes no interior goiano.
Naquela época, percebemos que as solicitações dos municípios e comunidades eram recorrentes: Construções/coberturas de ginásios de esportes, construções de hortas, tanques de peixes, viveiros, pistas de Cooper e de salões multiuso para o fomento a atividades esportivas, culturais, de lazer e de assistência social das igrejas e prefeituras dos municípios; oficinas de alfabetização, de educação e para a saúde, que abordassem questões como alimentação saudável, qualidade de vida, sexualidade, gravidez precoce, drogas lícitas e ilícitas e ainda, voltadas para a geração de renda e a educação ambiental, com programas de coleta seletiva e de processamento de resíduos sólidos, e estímulo às associações de coletores e de moradores.
Diante das normas da VALEC, que preconiza a melhoria de condições de vida e o desenvolvimento de Programas de Cidadania, trabalhávamos de acordo a “perseguir a não ocorrência de deslocamentos populacionais” evitando a “quebra de laços comunitários e a alteração dos padrões de vida das famílias cujas residências se encontram próximas à construção da Ferrovia Norte-Sul.”.
Conseguira esse trabalho via SINE e gostava muito, mas precisei deixar a FNS.
Continuei, nos fins de semana, a desenvolver atividades junto às comunidades. Desenvolvi laços, compromissos com Anápolis. Não sei o que está se pensando sobre o trabalho social da FNS na VALEC, mas sei que o Governo de Goiás pode e deve ser mais articulado com este assunto.
Na região do Córrego das Antas, várias famílias que dependiam do espaço físico de seus imóveis para o cultivo de hortas para a subsistência, não mais os têm, como as famílias que cultivavam peixes, galinhas, porcos e frangos. Algumas mulheres moravam próximas de suas mães, e dependiam destas no trato com as crianças. Ainda hoje não houve um acordo com as imobiliárias, quanto ao ressarcimento das terras ali desapropriadas.
O Bairro Novo Paraíso, de Anápolis – onde se encontra um dos túneis da FNS, situa-se onde outrora foi um lixão, o que inspira cuidados devido à vulnerabilidade, pois já sofreu aterros, possui erosões terríveis e algumas fossas negras, o que ainda contribui para a deterioração da composição do solo.
Inicialmente neste local, pessoas portadoras de hanseníase, fugidas dos “internatos” iam se abrigar e foram acampando, enterrando seus mortos (hansenianos não podiam ser enterrados no cemitério) e quando foram descobertos, já eram muitas famílias ali. Enfim, virou bairro. Um tanto estigmatizado, é certo. Abriga um hospital referência no tratamento do Mal de Hansen.
Em diversos momentos pude ouvir desta comunidade, palavras de apreço e gratidão à sua pessoa, diante do fato de que através de seu governo e da ex-deputada Carla Santillo, fora providenciado saneamento básico e asfalto à Rua do MORHAN e a pequena parte do Novo Paraíso, há tempos atrás.
Diante de tudo isto, sugiro ao Estado de Goiás, um trabalho especial, articulando as secretarias pertinentes para um desenvolvimento sócio-econômico sustentável, planejado e progressivo junto às famílias e comunidades localizadas ao longo da FNS e para tanto, coloco-me à disposição no que concerne ao trato da Assistência Social.
Atenciosamente.
http://www.slideshare.net/alexandramcosta/documents