* Publicado em 16.05.07
Ontem, 15 de maio comemorou-se o Dia do Assistente Social. Ainda hoje, há mais de 100 anos após a abertura da 1a. Escola de Trabalho Social,
No Brasil, a 1a Escola de Serviço Social foi fundada
Sobre os programas sociais, precisamos saber que as "bolsas" são na verdade, transferência de renda e por isso mesmo, não são "benefícios" concedidos e sim, repasses que deveriam garantir direitos como saúde, alimentação, educação, moradia; não garantem, mas deveriam advir do reconhecimento, pelo Estado, da violação dos direitos dos cidadãos, que juntos, garantem a riqueza social. As fraudes não são apenas as que aparecem na heroína imprensa, mas estão na falta de dignidade com que as pessoas são tratadas no credenciamento, com filas enormes, falhas de atendimento e principalmente no gerenciamento e supervisão. Se a administração municipal não é aliada do governo, pior. Não há compromisso com o objetivo do governo federal. Por outro lado, o governo federal não acompanha efetivamente os programas. Atenta-se em dados de relatório. Não qualifica, não organiza e nem interliga as ações. Não há uma política social, e sim, programas. O controle periódico que existe, ainda é ineficiente.
A política social não pode mais se dar de forma isolada, mas em conexão entre o social, o econômico e o ambiental. Tendo surgido a partir da ascensão da sociedade burguesa no século XIX, o Serviço Social se limitava a “assistir” a classe proletária com intuito de facilitar certo "controle" sobre o proletariado, evitando possíveis insurreições sociais. Hoje, as questões sociais não se limitam às questões de classe, apenas. Tampouco o Serviço Social se presta ao papel de “amortecedor” de conflitos.
É preciso haver uma inversão nas políticas públicas; as necessidades sociais devem orientar o trabalho, o mercado, a busca dos recursos e não o contrário. É preciso um efetivo monitoramento e a avaliação contínua e sistemática dos programas sociais sob o aspecto qualitativo e sob o aspecto quantitativo em termos de efetividade e eficácia, com a publicização, inclusive, da prestação de contas. O avanço da política social não aparece através das amostras estatísticas, mas na ampliação da qualidade de vida da população através da qualidade dos serviços. Precisamos entender as particularidades dos problemas, que não começam e nem terminam em si mesmos.
Onde estão os conselhos locais de assistência social no acompanhamento do órgão gestor desta política pública? Os CLAS foram aprovados pela Câmara de Vereadores e já funcionaram, anteriormente.
Precisamos construir indicadores sobre o quanto se cumpre daquilo que se discute; discutir sobre a questão dos planos teórico-metodológico e orçamentário. É ponto pacifico a necessidade, na Assistência Social, do tripé planejamento/execução/avaliação do trabalho, além da construção de um banco de dados que justifique receitas e despesas, possuindo indicadores sócio-econômico dos demandatários. Universalização dos direitos sociais, transparência, descentralização, equidade e participação são princípios que constituem a Lei Orgânica da Assistência Social.
Pois bem: é neste sentido que esta reflexão pretende colaborar, buscando identificar os sinais que precisamos neste momento, em que urge à Assistência Social o desvelamento dos paradigmas que norteiam esta profissão e que enfim, poderão suplantar a visão utilitarista e pragmática do trabalho social, através de uma visão humanística, centrada na formação, organização e emancipação do ser humano, abandonando o espírito que considera pobreza algo material, somente, em uma perspectiva de garantia de direitos.
O principal paradigma, de acordo com nosso Código de Ética, é a transformação social. Ainda estamos no exercício de reprodução social e de mediação de conflitos entre as classes sociais e econômicas, propiciando a reprodução da força de trabalho, em meio ao caos social.
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