terça-feira, 25 de janeiro de 2011

SEMAS, Prefeitura de Goiânia e CRESS-GO

*Publicado no jornal "Diário da Manhã" em 26.01.11

Eu sonhava, quando era estudante, em trabalhar na minha cidade, pela minha cidade. Sentia o mesmo que o poeta, a declamar sobre seu Rio Tejo. Para tanto, contribuí ativamente com a fundação da associação de moradores do meu bairro.
Comecei a trabalhar na prefeitura de Goiânia aos catorze anos, convidada pela minha tia Ana Alves, a tia Nica, assistente social hoje aposentada. Eu era recreadora da FUMDEC, na Vila Redenção.
Em 1991, ainda estudante de Serviço Social, entrei na COMOB como estagiária do prof. Pedro Wilson Guimarães e de lá prá cá não estive como comissionada em apenas poucos meses.
Comprovadamente, tenho um pouco mais de 15 anos de prefeitura. Estive em diversos setores, depois de formada: no Governo, Recursos Humanos, Cultura, FUMDEC, Saúde. Nunca tive qualquer problema com trabalho, colegas ou chefias.
Assim que Íris Rezende entrou, o primo Chiquinho de Castro encaminhou à FUMDEC o meu currículo e a nora de Dna. Laydes convidou-me para ajudá-la com o PAIF, onde estive durante um ano na coordenação, tendo saído diante do fato de que o pagamento atrasava até 4, 5 meses.
Nos intervalos dos contratos em comissão, muitas vezes trabalhei na iniciativa privada.
Muita coisa aconteceu em minha vida profissional. Mas nunca qualquer fato houve que denotasse de minha parte, em minha vida funcional no serviço público ou privado, um traço de leviandade, incompetência, irresponsabilidade, falta de zelo, desobediência ou coisa parecida. Respeito hierarquias.
Quando fui convocada por concurso a assumir cargo na SEMAS, eu estava em um ótimo trabalho onde o salário era bem melhor, mas eu não parava em Goiânia, onde meus filhos ficavam, então vim imediatamente. Já havia passado em concurso outras duas vezes e não havia sido chamada.
Fui lotada no Convênio e em seguida convidada para assumir a coordenação do Projovem Adolescente, o que fiz com muito gosto. Cumpri todas as prerrogativas a mim apresentadas aguardando sair o decreto de nomeação, mas este só saiu após seis meses, retroativo a dois. Após reclamar, cheguei ao ex-prefeito Íris, no início de 2010, depois encaminhei uma carta desabafo a ele e sua equipe. Antes de sair, o ex-prefeito Íris me exonerou da chefia e entregou minha carta ao ex-secretário, que antes de sair da SEMAS me “devolveu” ao RH da prefeitura.
Isto, depois de várias seqüências desagradáveis, na SEMAS. E de muito trabalho efetuado com extrema dedicação, todos com resultados positivos.
Continuo reclamando meus atrasados. Já estive no CRESS, no TRT, falei com políticos, com o MP.
A chefa de gabinete da nova secretária de assistência disse semana passada ao RH da prefeitura, que devo procurar outro lugar, pois na SEMAS “não tem lugar” para mim.
O prefeito atual faz de conta que não vê os posts que envio a ele, sobre este assunto no twitter, mas sobre outros, ele me responde.
Passei o ano de 2010 realmente muito triste, adoecida e com graves problemas financeiros, pois contava com a chefia e fiquei meio que aniquilada, só pensando em receber o que me era devido, para pagar o que eu devia.
Não tenho condições de ir ao Paço buscar minha ficha de movimentação. Não quero ser fichada, não aceito ser ‘devolvida’.
Mas quero ser candidata à direção do meu Conselho Regional de Serviço Social – CRESS.
A eleição em Goiás acontecerá no dia 25 de março de 2011, quando elegeremos a direção do CFESS e do CRESS de Goiás.
Preciso de você, de seu apoio como cidadã, cidadão ou Assistente Social. Entre em contato comigo, contribua ou participe da chapa, quero ser cabeça, mas podemos conversar, nada está pronto.
Temos a experiência da última campanha, quando eu era secretária na chapa oposta a vencedora, que aí está.
Talvez eu seja exonerada do concurso, como fui avisada pelo RH da Prefeitura.
Rogo ao Bom Deus que não permita isto.
E conto com você!

Sampa

* Publicada em meu livro Quimera

Em um canto
Me sento no meio do banco
Pombos sobrevivem das migalhas
E o pão se transforma junto aos sons.
Sem vento, penso e o sol arde
Um momento
Estação Vergueiro.
Eu intento não parar
Voltar, passar, sentir, fluir
Santos e Agostinhos.
Um gosto solto
O trânsito louco
Um homem para
Pisa migalhas e eu vago
Não creio, indago
Migalhas amassadas,
Mais fáceis de engolir. Pisadas
Transformadas, voam ao vento
Escorrem na água
E o homem se vai
Arrebenta pipoca, vende, evoca.
Minha mente não para e pessoas passam
Param no meio das escadas,
Respiram sequenciam
Alguém morreu, morte inesperada
Outra antecederia
Não antecedeu.
Uma rosa por um Bolim
Chiclete, uma criança
Ganha lá atrás uma rosa na manha
Aqui a troca
Devagar se faz um buquê
Mora ali, pra lá estuda
Usa óculos. Talvez um decênio
Vôo rasante. Um pombo.
E lá se vai uma criança
Dentro do líquido amniótico.
Fora, a mãe com as mãos na barriga
Endurecida, talvez
Ela andava.
Pássaros cantam
Aqui também é primavera!!!

Outubro, 1990