domingo, 5 de outubro de 2008

A boa-nova

* Publicado no jornal "Diário da Manhã" em 04.10.08

A militância política pra mim tem gosto de esperança em prática. É muito divertida, emocionante, intrigante, desafiante, alucinante, desgastante, a militância política.
Tendo começado a minha, na luta pela piscina do Colégio Santa Clara, sempre estive nos movimentos de centros cívicos e acadêmicos escolares. Sempre em busca e na defesa da qualidade de vida, dos direitos humanos, da democracia, da emancipação do homem, da liberdade.
Ter estado no Diretas Já, na Praça Cívica, em 1984, foi decisivo para minha opção pela esquerda transformadora e democrática, que naquela época era tudo de necessário.
Como o italiano Antônio Gramsci, político, jornalista, filósofo e cientista político, acredito na cultura “como um meio privilegiado de superar o individualismo, de despertar nos homens sua consciência universal”. Gramsci dizia que junto às batalhas econômicas e políticas, a luta operária devia empreender a batalha cultural, que envolve valores e ideários.
Daí o papel da cultura, na ampliação de seu território para além das artes plásticas e cênicas, da musicalidade e da literatura, promovendo as idéias, crenças, valores, normas, atitudes, padrões de conduta e abstrações que nos conduzam a um desenvolvimento qualitativo de nossa existência, em um mundo mais fraterno, com equidade social.
E acredito também que as revoluções começam nas idéias, sempre.
Compreendi, inicialmente, que o socialismo é um modo de vida. Gramsci dizia que “o socialismo é uma visão integral da vida: tem uma filosofia, uma mística, uma moral”.
Muito cedo li 1984, de George Orwell, e abominei as ingerências e arbitrariedades.
Em uma época, ia para o PC do B assistir filmes, quando era na Rua 3 do Centro, e acabei me filiando neste partido.
Sempre busquei me associar com quem fala a mesma língua que eu, embora busque a diversidade, sempre. Conhecer e conviver com diferentes me é muito aprazível e necessário, mas na política, preciso de encontrar sintonia para associação. O respeito, a amizade, o reconhecimento do ideário e dos princípios se revelam nas práticas, nos meios.
Não gosto de política de resultados, foco os processos. E sempre garanti os resultados; algumas vezes, os avessos almejados, quando as variáveis negativas se tornaram determinantes.
Paciência. Perseverança histórica é importante nessa hora. A luta revolucionária para a transformação social não será nunca em um repente.
É por isso que eu voto!
Preciso sempre acreditar e ver melhoras, avanços e conquistas, em nome da sociedade justa e fraterna da qual há muito se fala e pela qual há muito se luta.
Gosto do prazer de falar em algum nome, em gente que faz diferente daquela que conserva, em gente que luta, que cresce, que agrega.
Gosto de defender práticas políticas voltadas para a cultura, a participação, o turismo, o esporte e o lazer, enfim, para a garantia dos direitos humanos.
Andei procurando em Goiânia, em dia de semana, pelo centro da cidade, uma determinada peça, comum nas feirinhas de fim de semana, mas não encontrei.
Encontrei, em uma casa de artesanato goiano, propaganda de Gilvane e Jaqueline.
Vou votar neles. E em Kleber Adorno, para vereador.
Conheci Jaqueline em sua campanha para deputada, conheço um pouco do trabalho social que ela faz e Gilvane Felipe caiu nas graças de minhas crianças, pela propaganda e pelo discurso.
Sei da trajetória e dos conhecimentos de Gilvane, que também se iniciou no PC do B, além do quê, o PV, que o apóia, tem referências ideológicas importantes para mim.
E o prof. Kleber Adorno, sem comentários. Voto nele, tranqüila de sua capacidade de representação política no parlamento goianiense, por reconhecer seu trabalho em prol de uma política cultural efervescente e ainda, admirar seu conteúdo e bagagem política e filosófica.
Tenho quem me representa. Acredito na boa nova desses três candidatos e meus votos são deles!
Sem medo de ser feliz.

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