* Publicado no jornal "Diário da Manhã" em 12.06.09
A construção da Ferrovia Norte-Sul, intensificada no governo Lula, renova esperanças de crescimento econômico nas regiões por onde vai passar e desperta a possibilidade de grandes transformações sociais e culturais, junto aos seus trilhos, que vão interligar as regiões Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste do país, por meio de conexões com cinco mil quilômetros de ferrovias privadas.
Esta obra veio em um momento de reflexão sobre os caminhos do mundo e da humanidade e significará muito mais progresso do que o barateamento de até 30% dos custos operacionais no escoamento da produção mineral e agropecuária, devido à redução dos custos com combustíveis e com a manutenção dos veículos de transporte e das rodovias, motivo principal da unanimidade quanto à sua importância, diante do mal estado de conservação das estradas brasileiras.
A chegada das estradas de ferro sempre antecedem períodos de produtividade intensa e de modernização da humanidade. A geração de 17 mil empregos diretos e cerca de 50 mil indiretos, durante sua construção não nos dá a medida da revolução que esta Ferrovia provocará na economia brasileira ao viabilizar novos projetos e impulsionar a produção agropecuária e agro-industrial do cerrado setentrional brasileiro, se refletindo em garantia de mais alimentos não só para brasileiros, pois facilitará as exportações de grãos, carnes, frutas, álcool, biodiesel, minérios e confecções.
Neste cordel de progressos econômicos com integração nacional, também as vidas se transformam, se reconfiguram, diante de novas perspectivas, novas informações que vêm e que vão, novas trocas, não só de mercadorias, mas também de sonhos, de possibilidades, novos encontros, novas oportunidades. Junto à construção das ferrovias, cresce o setor de serviços de saúde e educação, cresce o comércio, surgem bares, restaurantes, hotéis, lojas diversas; amplia-se a arrecadação, ampliam-se mentes.
Nas cidades por onde a Ferrovia Norte Sul passa, é preciso que as prefeituras aproveitem o momento e apresentem ao Estado e ao Governo Federal, um diagnóstico de suas comunidades, as vocações, os entraves.
A Ferrovia, segundo a proposta que consta no site da VALEC, deve trazer consigo o progresso e o compromisso do Governo Lula com as populações mais vulneráveis, identificando, junto às prefeituras e às comunidades, demandas e potencialidades que possam ser trabalhadas a partir do viés da articulação interinstitucional, seja no campo da infra-estrutura, do meio ambiente ou no campo social, de forma a oferecer às populações afetadas, a presença e a ação de um governo que visa não apenas o crescimento econômico, que atende com prioridade a alguns, mas o crescimento sustentável, que considera a vida como foco de toda ação politicamente construída.
A oportunidade ímpar que a construção da Ferrovia Norte Sul oferece, de trabalho a diversas categorias profissionais, agrega certamente, a experiência de muitos profissionais com a juventude de outros tantos; são pessoas de vários municípios e estados do nosso país, que estão aprendendo e se aprofundando, e ainda, percebendo na prática, que com objetividade, seriedade e compromisso coletivo, se vai ao longe, se constrói projetos, obras e um futuro melhor, para si e para a humanidade, em uma troca de saberes e ações intraprofissionais.
A disposição do Governo Lula para com a obra da Ferrovia Norte Sul, vai além da obra em si, preconizando a melhoria da qualidade de vida por onde a Ferrovia passar, fomentando a geração de renda e o comércio nestas comunidades, paralelamente ao estabelecimento de um desenvolvimento comunitário real, a partir de ações em parceria com as prefeituras municipais, a sociedade civil e as várias instituições do Governo Federal que podem e devem ser buscadas para este fim, segundo as normas da VALEC.
Cabe a nós, população, governo em todas as esferas e classe empresarial, acompanhar de perto, compreender, aprovar e garantir o desenvolvimento da Ferrovia Norte-Sul par e passo com o desenvolvimento sócio-econômico sustentável, nas regiões por onde ela passa.
A transparência e a qualidade devem nortear o processo de construção, manutenção e operação da Ferrovia Norte-Sul, uma obra de grandeza física e simbólica que sem dúvidas, vem alterando a rota da nossa história.
A ação do TCU, extremamente necessária, não pode ser de coação da obra, mas de verificação responsável, de exigências coerentes, sem alardes prematuros.
Emperrar esta obra que se arrasta há 26 anos e que nunca parou, na verdade, é onerar ainda mais os cofres públicos.
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