* Publicado no jornal Diário da Manhã em 14.03.10
Não o pessoal. Que precisa de Íris Rezende governador, prá se dar bem.
Não o pessoal.
Qual o projeto de Estado é necessário prá se eleger o governador?
Não falo de discurso pragmático, que rende, mas de plano de governo. De rumos. De práticas.
O que está pesando nas pesquisas? O que o PMDB tem em comum com o PT, além das trombadas do passado, quais as afinidades, os verdadeiros interesses? A democracia? Qual a visão de mundo que se tem das questões que permeiam o governo do Estado de Goiás, no campo social, econômico e político? Qual o cenário desejável?
A briga que vemos é por poder e não por projeto. Não se defende idéias, propostas, ideais. Mas manutenção e repasse de poder. Pelo poder.
Palco mórbido de notícias requentadas, a nossa política. Até o que parece novo, é apenas roupagem, carcaça. Discurso.
Necessidade esquálida de se garantir as próprias necessidades, mesquinhez de política narcísica, em nada coletiva.
Eu, que nunca quis ideologia pra viver, agora quero.
Acompanho as notícias políticas e não vi Henrique Meirelles dizer que não seria candidato a governador. Apenas, reiterou, sempre que pressionado, não ter a resposta pronta antes do final de março. Quanta balbúrdia ao redor. Pressão só pra atrapalhar, barulhar, aparecer, mostrar comando.
E ainda tem gente que espera dele, sorrisinhos e afagos, resposta branda, posicionamento de príncipe. Companheiro é companheiro.
Não precisamos dos políticos de holofotes, dos tapinhas nas costas, dos sorrisos de hiena das corjas umbiguistas e acéfalas. Dos motes repetitivos que não alteram nada, além dos próprios bolsos.
O meu repúdio aos políticos que focam nos resultados, maquiavélicos. Que não enxergam a baixeza que imprimem aos processos, cujos princípios, meios e fins são dicotômicos, de acordo com os próprios interesses, flutuantes. Que trabalham para a manutenção do próprio poder. Que se sentem os donos dos “currais eleitorais” que acreditam representar, ou ameaçados nestes currais, por outro que não pode entrar.
Prefeito, a dúvida não é de Deus, que seja o teu sim, sim e o teu não, não. Pensa no seu Estado, sua cidade, seu país. Se for, que ganhe. Se ficar, que fique bem.
Agora, tem que querer ser governador, pra ser, ora. Deus é luz, não fique na escuridão. Nunca vi isto, que coisa horrorosa, este novo quadro. Palhaçada. Tomara se resolva logo.
Enquanto isto vou cantando o blues da piedade, tentando iluminar minhas mini certezas.
E ainda tem quem fale mal do Cazuza. Mas ele era artista.
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