“Estes revolucionários de uma outra época
envelheceram,
mas não parecem cansados.
Não sabem o que quer dizer a frivolidade.
Sua moral é muda, mas não dá margem à ambigüidade.
Ela já não entende mais o mundo. (...)
Quem os conhece fica espantado ao ver
como são pouco indecisos e como carregam tão pouca
amargura, muito menos do que seus visitantes mais jovens.
Eles não são melancólicos.
Sua cortesia é proletária e a dignidade,
de pessoas que jamais capitularam.
Não foram “promovidos” por ninguém.
Não tomaram nada para si,
nem consumiram bolsas de estudo.
O bem-estar não lhes interessa.
Têm a consciência intacta.
Não são tipos acabados:
sua disposição física é extraordinária. (...)
Não lamentam nada.
Suas derrotas não lhe serviram para ensinar-lhes algo ruim.
Sabem que cometeram erros, mas não voltam atrás.
Os velhos homens da revolução são mais fortes
do que tudo que veio depois deles.”
Henzensberger, Hans Magnus.
“O Curto Verão da Anarquia”
Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo
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