quarta-feira, 23 de abril de 2008

ASSISTÊNCIA SOCIAL

* Publicado na "Opinião do Leitor" do Jornal Diário da Manhã, em 31.07.2004

Urge à Assistência Social a afirmação que norteiam esta profissão e a superação da visão utilitarista e pragmática do trabalho social, em busca de uma atuação mais humanística, centrada na formação e emancipação do ser humano, abandonando “o espírito que considera a pobreza algo material”, já que o paradigma é de transformação social. Estamos no exercício de reprodução social.

Os postulados neotomistas, presentes nos princípios do serviço Social, nos falam da dignidade humana, na sociabilidade essencial da pessoa humana e na perfectibilidade humana. São Tomás, muito bem discorreu sobre a sociedade, bem comum e ética. Segundo este filósofo, por ser filho (a) de Deus, “a pessoa humana tem uma perfeição natural que se manifesta através da razão. A inteligência, conhecendo os caminhos, tenderá a busca da virtude, do bem”. Estes são princípios do serviço Social e esta é a idéia que deve permear nosso trabalho, e não a que diz que devemos priorizar pobres, negros, mulheres, crianças etc., por serem minoria, pois qualquer pessoa é valor absoluto como ser humano e esta é a causa.

O Planejamento deve localizar demandas e intervenções pautado em dados e não em chavões do mundo político, que diz que é preciso acabar com a pobreza, sem no entanto identificar e atuar em questões estruturais da sociedade.

Não se pode dizer que a Assistência Social avançou, observando-se o dote orçamentário e estatísticas do número crescente de atendimentos; é preciso avaliarmos a qualidade dos serviços e a efetividade e eficiência dos planos.

Qual o reflexo dos planos de Assistência Social na participação política, no exercício efetivo da profissão e da cidadania na “cara” dos serviços e das cidades? Vemos os desafios do atual formato das políticas sociais, constantemente, na sociedade, através dos meios de comunicação e das pesquisas divulgadas, ao constatarmos o número cada vez mais crescente de gravidez na adolescência, de usuários de drogas lícitas e da violência, paralelo à apatia social e à falta de consciência coletiva. O trabalho da Assistência Social se refere a toda a sociedade, não é para alguns.

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