segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O beijo na boca pode até matar

* Publicado no Jornal "Diário da Manhã" em 22.08.08

A mania de “ficar” da moçada, atualmente, traz sérios riscos à saúde. Não só de “ficantes”, como de seus responsáveis.
Considerando apenas o “ficar” de beijar na boca, é preciso que se saiba que além de ser muito bom, o beijo na boca pode transmitir doenças.
Lembro-me meu primeiro beijo, e de tantos outros que vieram depois. Carinho, afeto, emoções e trocas se sucedem em um caldeirão de sentimentos, antes, durante e depois do beijo na boca. São cerca de 30 músculos da face, em movimento, batimentos cardíacos que podem chegar a 150 por minuto e o consumo de três a cinco calorias, durante o beijo na boca. Ativa a circulação sanguínea, a oxigenação das células e a produção de hormônios causadores de confiança, calma e bem-estar. Ás vezes, até para quem o vê ou o imagina.
Com tantos benefícios, porém, o beijo na boca pode também transmitir vírus e bactérias.
Cárie dental, gengivite, faringite, laringite, amigdalite, herpes labial, mononucleose, hepatites A, B e C, meningite, candidíase, gripe e tuberculose são doenças que podem ser transmitidas pelo beijo.
Embora a saliva não transmita a AIDS, se o beijo acontece entre duas pessoas com feridas na boca, ou gengivite, o vírus HIV pode penetrar na corrente sanguínea. O mesmo pode acontecer com a sífilis e a gonorréia.
Quem está com uma afta, não pode beijar ninguém até que a mesma se cicatrize, fechando as portas para bactérias e vírus perigosos.
Quem tem piercing ou usa um aparelho ortodôntico que machuca a boca, deve redobrar os cuidados, pois esta pessoa está mais exposta.
Os indianos recomendam, para a saúde das gengivas e o bom hálito, a mastigação de gengibre e cravo-da-índia durante cinco minutos e em seguida um bochecho com água fria. É preciso uma boa higiene bucal, sempre após as refeições, com o uso de fio dental, escova de dente e um anti-séptico bucal, este, principalmente antes e após o beijo, “para que se diminuam as chances de transmissão de algum tipo de doença”.
Mas o beijo na boca, se no caso, envolve garotinhas indefesas, é certamente o mais perigoso. Principalmente, por que garotinhas são quase sempre indefesas, se envolvidas em beijos, mesmo as que acham que já sabem tudo, que estão prontas e “blindadas”. E aí, depois do beijo na boca, é muito devaneio, são muitos riscos.
Neste caso, pode até matar, mesmo. Principalmente seus pais ou responsáveis.
Imagina uma dessas, aveludadas, desenhadas para serem felizes e luminosas. Por um beijo na boca, podem, claramente, arquitetarem um plano, sumirem em um shopping onde estão com amigas e alguma mãe mais “desavisada”, desligarem o celular e deixarem esses pais e/ou responsáveis, malucos, com o coração ora batendo muito, ora querendo parar; com a boca seca, as extremidades geladas, as pernas bambas, e a mente, ah, a mente que mente... A mente desses seres cuidadores, se enlouquece entre a vontade de chorar e de conter o choro, de cair e de descobrir a garotinha, de brigar e implorar de joelhos.
Ah, vão passar malas com pedaços, malucos com armas sob as blusas, de tudo... E claro, também vão passar os beijos na boca, que aceleram os corações, e esses pais e/ou responsáveis vão dizer, para o gerente dos seis cinemas do shopping, que é dever da família, no caso, eles, da comunidade, no caso, o shopping e do Estado, proteger crianças e adolescentes e vão pedir que os dois primeiros poderes resolvam logo o problema da averiguação nos cinemas, pois se sabe que, se depender do Estado, só depois de muitas horas, prá começarem a aceitar o pedido de socorro!
Ah, vão dizer que têm certeza que os usuários dos cinemas vão preferir o incômodo, que a notícia de uma tragédia... E vão se cansar de revistar cinema, da expectativa e da desolação, do nada encontrar, da garotinha.
E certamente, o arranque, devido o beijo na boca, do coração desses pais e/ou responsáveis, que não param, quando buscam outra rota e param e escutam que a danada entrou no shopping, e eles se arrastam para o seu rumo, pensam, indagam, agradecem... Podem ter um “treco”, certamente!
E não param por aí, os riscos. Se entre esses pais e/ou responsáveis, existe um pai responsável e um irmão Mamão, então... Riscos de colapsos, tomadas de satisfação.
É complicado, o beijo na boca.
Há de se ter muito cuidado!

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